Viagem de carro: a preparação até o Atacama

É com muita felicidade que anunciamos o nosso próximo destino! Na verdade, mais de um! No próximo mês, estaremos cruzando de carro a Argentina até San Pedro de Atacama, no Chile. Passaremos por pequenos vilarejos andinos, lagos, vulcões e desertos. Para colocar todo esse plano em prática, queremos compartilhar com vocês como está sendo a nossa preparação, a busca pelos principais itens e, claro, as formas de economizar já desde o início.

Desde de janeiro, vínhamos pensando em fazer uma trip pela América do Sul. O nosso objetivo principal era a região da Patagônia e, para isso, tínhamos que escolher uma época em que era possível rodar com o nosso carro, que não é 4×4. Lemos bastante e marcamos férias para dezembro. Começamos a planejar o roteiro, calcular os gastos e… mudamos de ideia. Isso mesmo! A Patagônia se tornou um trajeto muito longo para vinte e poucos dias e, além disso, um destino caro. Queríamos rodar de carro e então mudamos o destino para San Pedro de Atacama que também está na nossa lista há um bom tempo.

Já com o lugar escolhido, chegou a hora de falar sobre os preparativos. Encontramos muita confusão e informações duvidosas principalmente ao pesquisar sobre os ítens relacionados ao carro. Por isso, queremos compartilhar o que conseguimos ao entrar em contato com os consulados da Argentina e do Chile em Porto Alegre para ajudar quem estiver planejando rodar por esses países. Bora conferir:

Contato Consulados Argentina e Chile

Nós vamos falar sobre as orientações que conseguimos nos consulados. Isso pode servir de base, mas é importante entrar em contato com os da sua cidade para se ter certeza das exigências. O contato com o Argentino foi mais fácil e percebemos que eles estão mais bem preparados para responder esse tipo de dúvidas, já o contato com o consulado chileno foi mais complicado. Nos deparamos com vários e-mails inválidos e demoramos até encontrar o correto. Se você tem planos também, anote os endereços em que conseguimos o contato.

Contato Argentina: caleg@mrecic.gov.ar
Contato Chile: portoalegre@consulado.gob.cl

Lista de acessórios solicitados para os veículos em trânsito pela Argentina:

  • CNH;
  • Dois triângulos;
  • Extintor de incêncio;
  • Caixa de primeiros socorros;
  • Cintos de segurança para todos os passageiros;
  • Apoiador de cabeça nos bancos dianteiros;
  • Seguro carta verde;
  • Cabo para reboque de 1,5 a 2 metros ou cambão;
  • Autorização para conduzir na Argentina no caso de não ser o proprietário do carro;
  • Documentos originais de propriedade do carro;
  • Ligar farois de luz baixa durante o dia.

Lista de acessórios solicitados para os veículos em trânsito pelo Chile:

  • PID (Permissão Internacional para dirigir);
  • Seguro SOAPEX;
  • Autorização para conduzir no Chile no caso de não ser o proprietário do carro;
  • Documentos originais de propriedade do carro;
  • Ligar farois de luz baixa durante o dia.

Carta verde e SOAPEX

A carta verde é feita por qualquer seguradora e o valor cobrado depende da quantidade de dias em que você vai ficar nos países do Mercosul. Nossa viagem vai passar dos 15 dias, mas o período em território fora do Brasil seria de 14 dias. Não arriscamos! Como vamos ir para Argentina, circular pelo Chile e depois retornar para Argentina, optamos por ter um prazo maior na carta verde de 30 dias!

Ah, um detalhe muito importante: a seguradora nos informou que o documento precisa ser impresso em um papel verde. É isso mesmo! Por via das dúvidas, pedimos para que eles realizassem a impressão!

Sobre o documento SOAPEX, para ingresso no Chile, todo ele é feito pela internet (veja aqui ou neste link). Uma verdadeira tranqueira na vida do viajante, porque é incrível a quantidade de erros que acontecem e de relatos de problemas que ouvimos! O site da HDI não funciona. Ocorreu um erro no momento do pagamento. Já no site da Consorcio tem um macete. No momento do pagamento, existem duas opções: pagar com cartão emitido fora do Chile ou com cartão emitido no Chile. Escolhendo cartão emitido fora do Chile o pagamento não funciona. Mesmo que seu cartão seja brasileiro, escolha a opção de cartão emitido no Chile. Só assim conseguimos pagar. Acreditam? Até descobrir isso passamos dias tentando.

PID – Permissão internacional para dirigir

Durante as nossas pesquisas, vimos muita gente dizendo que no Chile a nossa CNH é aceita sem problemas, porém como o Chile não faz parte do Mercosul, teoricamente a nossa CNH não tem validade lá. Para não arriscar, solicitamos a PID. É muito simples, basta levar a CNH e um comprovante de residencia a qualquer CFC e solicitar. A quantia paga varia em cada estado e o prazo é de apenas alguns dias.

Caixa de primeiros socorros

Nós montamos o nosso aparato de primeiros socorros com produtos que vendem no supermercado mesmo para economizar. Compramos os itens que eram exigidos no Brasil antigamente, pois não encontramos em nenhum lugar a lista. Só a luva foi um desafio de encontrar porque eles vendem em pacote com muitas unidades. No final das contas, pedimos um par para os responsáveis pela limpeza no trabalho e deu tudo certo.

Troca de dinheiro

Temos que levar várias moedas diferentes, principalmente dólar para não precisarmos pagar impostos locais. Nossa dica é utilizar os serviços Good Cambio do Praia de Belas, pois sempre conseguimos uma cotação melhor, inclusive fazendo todo o processo de reserva online. O primeiro contato foi via Whatsapp, mas sempre utilizamos os serviços deles. Tenha notas baixas, inclusive para os passeios no Chile!

Documentos pessoais

Quantas pessoas já vimos que não embarcaram por um simples motivo: o passaporte. Estamos indo com o documento com pelo menos 1 ano de validade! Por ser uma viagem de carro e sabemos que o Chile não faz parte do Mercosul e é bem rigoroso, também já solicitamos aos médicos as receitas de medicamentos controlados. Afinal, é melhor ter tudo certinho, né?

Livro e mapa Argentina e Chile

Mapa ou GPS

Óbvio que utilizar um GPS é muito mais fácil, mas na hora do aperto um mapa pode ser a salvação. Compramos um mapa rodoviário da Michelin (encontrado com muito suor na livraria Cultura) e também baixamos alguns aplicativos no celular onde é possível baixar mapas para uso offline: Google Maps, maps.me, HERE WeGo.
Só lembre de ter um carregador que realmente seja potente. Nosso carregador veicular antigo não dava conta de carregar o celular enquanto utilizando o GPS. Optamos por um modelo da Geonav (3.4A), comprado na Black Friday por R$ 35 na Saraiva.

Anotamos algumas “verdades” e “lendas” para ajudar você nesse planejamento:

Verdades:

  • Você precisa ter o carro no seu nome antes de ingressar. Se não estiver, vai ser uma tremenda burocracia no cartório;
  • Se você levar lanches, prefira os industrializados, fechadinhos mesmo. Não vai querer encrenca na passagem pro Chile, né?
  • Os veículos que possuem entrada para reboque (bolota de aço) e não forem levar Motor home ou reboque devem retirar essa parte para evitar problemas com a polícia. Segundo o Consulado, outros ítens não originais no carro (guincho, quebra mato, etc) também podem gerar problemas.

Lendas:

  • O lençol branco ou mortalha plástica é um mito. O próprio consulado informou que não é necessário no documento. Se pedirem esse tipo de coisa significa que vocês está sendo extorquido! Existem muitos relatos sobre a polícia Argentina ser corrupta.

Outra exigência em que ouvimos falar é sobre o adesivo de velocidade máxima para caminhonetes e veículos maiores. Infelizmente, não encontramos ele a venda no Brasil e ficamos em dúvida sobre a classificação do nosso carro. No documento diz Camioneta, mas não sabemos se se enquadra nessa regra na Argentina.

Se tudo estiver certinho, vamos ter só momentos fodásticos para contar nas próximas postagens! Ah, na próxima vamos revelar o nosso trajeto planejado! Fiquem de olho e nos acompanhem no Instagram!